sábado, 10 de dezembro de 2011

Mutirão de Natal chega até as comunidades de lixão no Rio

Pobreza e lixo são companheiros diários dos moradores das comunidades que ficam ao redor do lixão desativado de Jardim Gramacho em Duque de Caxias. Os cariocas adventistas, sabendo da dificuldade que as famílias do Jardim Gramacho enfrentam, decidiram destinar a elas as doações do Mutirão de Natal.

Para isso, a Igreja Central do Rio e outras igrejas de Duque de Caxias se uniram para arrecadar alimentos, roupas, colchonetes e produtos de higiene. Mas a união das igrejas não parou por aí e a Igreja de Botafogo, onde nasceu o Mutirão de Natal, também aceitou o desafio de ajudar os carentes que moram perto do Lixão desativado.
Com esse esforço múltiplo, foi possível recolher 15 toneladas de alimento. Além do alimento, foram separados mais de dois mil livros missionários A Grande Esperança para serem dados juntos com a cesta básica.
A entrega foi organizada com cadastro prévio e feita em parceria com uma organização não governamental do Estado. Assim, as famílias puderam contar com alimentos, roupas, produtos de higiene, colchonetes, livros e por meio da entidade foi possível até mesmo fazer documentos.

A ação do Mutirão de Natal em Duque de Caxias contou com mais de 500 voluntários adventistas que deixaram as ruas asfaltadas de suas casas para irem até as ruas de chão batido no lixão desativado. E durante o domingo, 04 de dezembro, os voluntários ajudaram mais de cinco mil pessoas.

Além de voltarem felizes para as casas, com alimentos, roupas e outros itens básicos de higiene, os moradores voltaram com mais esperança. Afinal, logo após a virada de ano, uma tenda será instalada no Jardim Gramacho para que profissionais adventistas façam palestras de saúde e depois disso tenha início uma série de evangelismo. [Equipe ASN, Eduardo Teixeira]

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Estudante adventista ganha na Justiça direito de faltar aulas nas noites de sexta e nos sábados

Uma estudante adventista matriculada numa universidade católica do interior de São Paulo conseguiu na Justiça, na semana passada, o direito de não ir às aulas às sextas à noite e aos sábados de manhã.
Quielze Apolinario Miranda, 19, é da igreja Adventista do Sétimo Dia, que prega o recolhimento da hora em que anoitece nas sextas-feiras até o fim do dia dos sábados.
Aluna do 1º ano do curso de relações internacionais da USC (Universidade Sagrado Coração), instituição fundada por freiras católicas em Bauru na década de 1950, Quielze nunca foi às aulas noturnas às sextas e aos sábados e corria o risco de ser reprovada por faltas.
Ela diz ter tentado negociar com a reitoria para apresentar trabalhos alternativos. A USC, de acordo com a estudante, negou em várias instâncias o pedido.

"Geralmente, em outras faculdades é mais fácil. O pastor entrega uma cartinha falando sobre liberdade religiosa e o aluno consegue a dispensa", afirma. "Aqui, não consegui."

No último dia 16, o advogado da aluna, Alex Ramos Fernandez, entrou com mandado de segurança na Justiça Federal de Bauru. Solicitou a substituição das atividades das 18h das sextas às 18h dos sábados por "prestações alternativas", como trabalhos extraclasse.

"O que ela estava buscando era uma igualdade para preservar o sentimento e a intimidade religiosa dela", diz.

"Nesses casos o aluno até estuda mais, pois os professores dão trabalhos mais elaborados do que assistir a uma aula. Não há uma quebra de isonomia entre os alunos."

O juiz da 3ª Vara Federal de Bauru, Marcelo Zandavali, concedeu uma liminar que obriga a USC a oferecer atividades alternativas.
De acordo com o texto, a USC alegou que faltava ao requerimento da aluna "amparo legal".
O magistrado discordou da instituição e baseou sua decisão nos artigos 5º e 9º da Constituição e na lei paulista nº 12.142, de 2005, que assegura ao aluno esse direito em respeito à sua religião.
A USC informou que só vai se manifestar depois de ser oficialmente notificada.
Segundo o advogado de Quielze, que é adventista e se especializou em casos como o dela, a Justiça vem atendendo, nos últimos anos, aos pedidos de alunos adventistas e judeus, que também guardam os sábados.

Fonte: Folha de São Paulo - cotidiano